quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Sonhos ictifálicos...

" O objeto era estranhamente construído: feito de pele e carne viva, sua parte superior terminava numa espécie de cabeça cônica e arredondada, sem rosto nem cabelos. No topo, um olho único, imóvel fitava o alto. (Memórias, sonhos e reflexões, p. 41)

" ...portanto o sombrio senhor Jesus, o jesuíta e o falo seriam idênticos. A significação abstrata do falo é assinalada pelo fato de que o membro em si mesmo é entronizado da maneira ictifálica = ereto." (p.42)

      ( Hermes em formato ictifálico)


quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Lago Bodensee - Turgovia- Suiça

"Posteriormente, minha mãe viajou comigo para a Turgóvia, em visita a amigos que habitavam num castelo à beira do lago de Constança... Foi então que se fixou fortemente em mim a ideia de que eu deveria viver à beira de um lago.Parecia-me impossível viver sem a proximidade da água." (p.36)

Monte Uetilberg - Suiça

"Vi os Alpes pela primeira vez! Disseram-me então que no dia seguinte as crianças de Daschsen fariam uma excursão escolar a Zurique sobre o Uetilberg. Eu queria a todo custo ir com elas. Mas para minha tristeza, disseram-me que crianças tão pequenas não poderiam participar.Não havia nada a fazer. A partir desse momento, Zurique e o Uetilberg foram para mim a inacessivel terra prometida, perto das flamejantes montanhas cobertas de neve." (p.36)


Monte Uetilberg - Zurique - Suiça
 http://www.elaeamericana.net/2012/11/uetliberg.html



Zurique, Alpes suiços ao fundo
http://www.mundi.com.br/Fotos-Zurique-283654.html

Infância

 " Seis meses após meu nascimento (26 de julho de 1875) meus pais mudaram-se de Kesswill (cantão da Turgóvia) , a beira do lago de Constança, e foram morar no presbitério do castelo de Laufen, que domina as quedas do Reno."(Memórias, sonhos e reflexões, Infância)







 Kesswill - Cantão da Turgóvia - Suiça














Lago de Constança- Suiça

http://penacorredoira.blogspot.com.br/2011/04/ruta-por-el-lago-bodensee-ciclismo-en.html






Torre do Castelo de Laufen- Cataratas do Reno- Suiça

https://picasaweb.google.com/114237914395885028135/Suica2000#5119690288022319986







Cataratas do Reno com vistas para o Castelo de Laufen

http://deixaqueeutelevo.blogspot.com.br/2012/07/rheinfall-cataratas-do-rio-reno.html


   

A crítica do fim do capítulo e o reconhecimento da contribuição de Sabina Spilrein....

"O excesso de animalidade deforma o homem cultural; o excesso de cultura cria animais doentes."

Somos tanto animais quanto pessoas,  para mim o maior legado de Jung foi nos lembrar que estas duas partes precisam estar integradas, existem instintos e conhecimentos ancestrais, assim como condicionamentos culturais. Como pensá-los sem sermos simplistas, cuidar para não achar exatamente aquilo que já desejamos e já estamos acostumados? Para mim, este tem sido o desafio, aliar espiritualidade e cultura, psicologia e sociologia...Este é o caminho que me fascina hoje, e acredito o fará para sempre...

Jung termina seu capítulo fazendo uma crítica a Freud e sua "teimosia" em dar exclusividade a teoria sexual nas explicações da neurose:

"A teoria sexual da neurose freudiana fundamenta-se, portanto num princípio verdadeiro e real. Comete, no entanto, o erro da unilateralidade e da exclusividade, além da imprudência de querer apreender Eros, que nunca se deixa capturar numa grosseira terminologia sexual. Neste ponto Freud é também um dos representantes de sua época materialista, que nutria a esperança de resolver todos os enigmas do mundo num tubo de ensaio. O próprio Freud, depois de velho, reconheceu essa falta de equilíbrio de sua teoria e contrapôs a Eros, que chamou de libido, o instinto de morte, ou de destruição. Esta idéia é de autoria da minha aluna Dra. Sabina Spilrein publicada em 1912 no Jahrbuch. " (p.20)

Sobre os dois instintos Jung ressalta os escritos póstumos de Freud que utilizam estes conceitos:

"A meta do primeiro é estabelecer unidades cada vez maiores e conservá-la; logo é união. A meta do outro, ao invés, é dissolver relações e assim destruir as coisas. Por isso, também é chamado de instinto de morte."

Terminando este capítulo, Jung ressalta que, para Freud, provavelmente, todo ciclo é um fenômeno energético e que a energia só pode ser produzida pela tensão dos contrários....

Depois de ler esta parte do livro, fiquei me lamentando o quanto de sofrimento Sabina sentiu para chegar a conclusão da existência do instinto de morte.





Na foto: Carl Jung, Sabina Spilrein e Sigmund Freud.



A psicanálise, os instintos e a socialização?

A psicanálise, segundo Jung,  foi acusada de libertar os instintos mais animais no homem. Mas o psicólogo relembra que, não é só a pregação moral que impede que as pessoas caem no que ele chamou de libertinagem. Defende o conhecimento que cada um pode ter sobre a totalidade da sua personalidade argumentando que o que não for integrado aparecerá de outras formas, em outros momentos da vida. Sobre isto diz: 



"No entanto, a necessidade é um regulador muito mais eficaz, pois estabelece limites para realidade, o que é muito mais convincente do que todos os princípios morais reunidos" (p.18)

Outra ponto levantado, é o de que conhecendo nossa própria sombra, podemos compreender e amar nossos semelhantes, enxergando neles as mesmas dificuldades existenciais que as nossas. Assim, diminuindo a hipocrisia nas relações, paramos também de transferir ao próximo a violência que praticamos contra nossa própria natureza.

Continuando, Jung conclui que, segundo a teoria freudiana, uma pessoa sem freios morais teria necessariamente que ser imune à neurose, o que não acontece na prática pois, a a análise de uma pessoa imoral revela que houve simplesmente uma repressão do lado moral (p.18).

Uma das contribuições de Freud, aos olhos de Jung, foi trazer a idéia de que a moral não "veio dos céus" mas sim que constitui uma função da alma humana tão antiga quanto a própria humanidade.

Neste ponto, meu lado sociológico se pergunta, como podemos determinar que existe "uma moral" a priori de toda socialização? A função instintiva de regular as ações, me parece existir como pressuposto. Penso, que há uma socialização baseada em valores específicos, em cada sociedade. O fato de encontrarmos algum tipo de moral em todas as formas de existência humana é aceitável a partir do momento que reconhecemos a diversidade que se apresenta em cada caso.

É o próprio Jung que afirma que: "À medida que uma cultura se desenvolve, é possível submeter massas cada vez maiores ao domínio de uma mesma moral. No entanto, até hoje foi impossível estabelecer uma lei moral que se impusesse além dos limites da sociedade, isto é, no espaço livre de grupos que não dependem um do outro. Aí como no tempo dos nossos ancestrais, impera a ausência do direito e da disciplina e a mais completa imoralidade; esta no entanto, só é denunciada pelo inimigo casual que com ela se confronta. (p.19)

Aqui, discordo de Jung, não podemos conhecer como foram e como pensaram estes ancestrais que ele cita. Por este motivo, acho complicado atribuir-lhes uma falta de moralidade e de disciplina. Não alcançamos suas necessidades e como elaboravam a sobrevivência dentro duas mentes. Tento imaginar como poderíamos  comprovar este argumento e talvez, tivéssemos que conhecer e estudar o comportamento de pessoas que viveram experiências isoladas de qualquer grupo tentando identificar  nelas o conceito de moral.


 (Trailer do filme Nell que conta a história de uma mulher que é criada por sua mãe em uma floresta isolada de qualquer tipo de civilização).

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Mais de Eros....

 A análise dos sonhos revela aquilo que todos tentamos encobrir, mesmo se tratando daquilo que nem sabemos que pensamos:

"Assim sendo, o início do tratamento não pode deixar de ser um suplício para muitas pessoas que tem uma falsa imagem de si mesmas, pois, aplicando o antigo ditado místico "abre mão do que tens e receberás", terão que renunciar a quase todas as caras ilusões que têm a seu respeito, para deixar brotar algo muito mais profundo, maior e mais belo dentro de si. Uma sabedoria antiquíssima volta a luz dia, com o tratamento." 



Freud tentou com seus estudos demonstrar a primazia do fator erótico -sexual na origem do conflito patogênico. Segundo essa teoria, há uma colisão entre a tendência do consciente e o desejo imoral, incompatível, do inconsciente.O desejo inconsciente é infantil ou melhor, é um desejo proveniente do passado infantil que não se adequa mais ao presente, razão pela qual é reprimido, e isso por motivos morais.

 Reproduzo aqui, longo trecho do livro que considero interessante para começar a entender a complexa teoria das neuroses.

"O neurótico seria então, aquele que quer reprimir-se por um lado e libertar-se, por outro. A este conflito damos o nome de neurose. Se esse conflito fosse claro e totalmente consciente, é provável que nunca daria origem a sintomas neuróticos;estes só aparecem quando não se consegue ver o outro lado do próprio ser, nem a premência dos seus problemas. O sintoma parece produzir-se unicamente nessas condições, e ajuda o lado não reconhecido da alma a exprimir-se. Segundo Freud, o sintoma é, portanto, uma realização de desejos não reconhecidos, que, se fossem reconhecidos, entrariam em violenta oposição às convicções morais.
Como já dissemos, o doente não pode lidar com ele, nem melhorá-lo aceitá-lo ou renunciar a ele porque, na realidade, seus movimentos impulsivos nem mais existem, pois foram recalcados, eliminados da hierarquia consciente, transformando-se em complexos autônomos. Pela análise, e só depois de vencidas enormes resistências, esses impulsos são devolvidos à tutela da consciência. Há pacientes que se vangloriam, dizendo que neles o lado sombrio não existe; asseguram que não tem conflitos. Não vêem, porém, que em compensação esbarram em outras tantas coisas cujas origens desconhecem , tais como humores histéricos, artimanhas tramadas contra si mesmos ou contra o próximo, inflamações estomacais de origem nervosa, dores aqui e ali, irritabilidade sem motivo aparente, e todo um séquito de sintomas nervosos." (p.18)

A estrada dos sonhos...


Uma pergunta foi feita por Freud a si mesmo e, de sua resposta, o estudo da psique humana nunca mais foi a mesma...

"Qual o caminho mais seguro e rápido para se chegar ao que ocorre no inconsciente?"






"Sigmund Freud foi o primeiro a demonstrar que o método mais importante para se chegar ao conhecimento dos conflitos patogênicos é a análise dos sonhos." p.13
Para Freud, os desejos desagradáveis, que preferimos não conhecer são justamente os elementos que o formam e o tornam a "via regia para se chegar ao inconsciente.


Os sonhos são porta-vozes do inconsciente mas o sonho manifesto, aquele que lembramos, é como a fachada de uma casa. Nada revela de seu interior.
Aparentemente o sonho manifesto não satisfaz nenhum desejo, mas exprime temor e preocupação ou seja, o contrário do suposto impulso do inconsciente. 

 Ou seja, o sonho "disfarça" aquilo que realmente é desejado pelo inconsciente e faz isto de diversas formas sendo uma delas,  apresentando o "oposto" como conteúdo manifesto.

O fato de tais ideias aparecerem em sonhos, significa que não são pensadas conscientemente e que sua representação segue reminiscências infantis já que em parte é disto que o inconsciente é feito.

Jung ressalta aqui que, "as idéias faladas sobre o sonho seguindo regras técnicas, seguem todas uma mesma direção concentrando-se em torno de um assunto específico de significado pessoal." p.14 No entanto, mesmo admirando o pioneirismo de seu precursor, o psicólogo suíço faz uma crítica a Freud quanto a idéia de que a origem de todos os conflitos seriam questões  de cunho erótico. Diz ele que uma coisa não prova outra e que os sonhos desvendados com um conteúdo sexual não comprovam que todos tenham esta mesma causa pois:

"Assim como um assassínio não revela a existência do prazer de trucidar como fonte geradora de conflitos em todos os homens, há uma diferença colossal entre a existência do germe e o conflito real  no caso da neurose." p.16
 Na história da neurose, há um momento crítico do aparecimento de um problema do qual o indivíduo se desviou pois, em geral hesitamos diante de coisas desagradáveis, difíceis e perigosas e são estes momentos que geralmente aparecem disfarçados em nossos sonhos. 
O grande mérito de Freud, foi observar os sonhos como um tipo de informação diagnóstica do inconsciente. A partir desta descoberta, as pessoas tiveram que aceitar que , como dizia Jung, não tinham o total controle do que se passava em sua própria casa, em sua própria psique.

 

 

 
 




  

  

Capítulo II: A teoria do Eros

Eros e Psique - Antonio Canova

" A verdadeira paixão do paciente fica oculta."


Neste capítulo, Jung afirma que, mesmo as doenças psíquicas vividas por cada paciente de forma única, carregam um conflito que pertence a humanidade como um todo. Diz ele:

"Formulei o conceito de neurose intencionalmente nessa forma genérica, pois quero salientar que o conflito gerador da doença, embora não deixe de ser um fator pessoal, também é um conflito da humanidade inteira em vias de manifestar-se porque o desacordo consigo mesmo é um sinal do homem cultural." p.11

Ainda para Jung, " o neurótico é apenas um caso específico de pessoa humana em conflito consigo mesma, tentando conciliar dentro de si, natureza e cultura.... O neurótico participa sem ter consciência das correntes dominantes do seu tempo que está configurados em seu próprio conflito.... A neurose está intimamente entrelaçada com o problema do próprio tempo e representa uma tentativa frustrada do individuo de resolver dentro de si um problema universal." p.12
Gosto desta forma de pensar, porque assim podemos visualizar uma ligação psíquica com todos nossos irmãos e irmãs. Torna-se muito interessante, e porque não dizer eficaz, pensar que se um de nós adoece, é porque todos nós estamos, de uma forma ou de outra, adoecidos também.

















Pensando sobre o trauma...

 


Nesta passagem do livro, Jung analisa as primeiras tentativas de compreensão do trauma psíquico e das suas origens. Diz ele:

" A intensidade de um trauma, em si, tem pouca determinação patogênica mas este deve ter para o paciente um significado particular." (p.6)  A doença então, aconteceria devido a uma disposição psíquica para atribuir inconscientemente um significado específico a uma situação de trauma. A partir do momento em que a pessoa é tomada por esta intensidade emocional, perde por completo o poder de raciocinar e passa a tomar atitudes que respondam a tal situação psíquica.
O trauma seria então de que a doença, e o trauma, sua causa seria uma manifestação de algum conflito presente no inconsciente.

 "Essa suspeita foi inteiramente confirmada e leva a conclusão de que o trauma, motivo aparente da doença, nada mais é do que a oportunidade que algo que está fora do domínio da consciência- isto é, um importante conflito erótico - tem que se manifestar." p.10
Tal conflito demonstra, segundo ele, que "o amor , apesar de todas as asserções indignadas em contrário, com todos os seus problemas e conflitos, tem um significado fundamental na vida humana." p.10

Jung também alerta nesta parte do livro, para a tendência do inconsciente de programar e até mesmo criar fatos com o objetivo de de manifestar algo que estivesse inconsciente visando um determinado fim que seria desconhecido do paciente.

" Parecia que tudo lhe acontecera por acaso, sem que tivesse consciência de qualquer um dos motivos. Mas todos os antecedentes deixam  bem claro que tudo estava inconscientemente programado para este fim." p.9
 Quanto a esta passagem, lembrei-me de uma amiga que me disse uma vez que, algumas vezes construímos o circo para fazermos o papel de palhaço em nossas vidas.
Penso que isto acontece também, quando inconscientemente sabemos que devemos tomar alguma atitude e não o fazemos... o que acontece em seguida, é um arranjo "involuntário" dos fatos que acabam por nos levar necessariamente a um determinado fim.




quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Sigmund Freud entra em cena, e muda para sempre o estudo da psique...

Breuer era amigo de um jovem, o austríaco Sigmund Freud, o qual viria a ser o pai da psicanálise e que, segundo Jung, perguntava-se no que consistia a predisposição a doença histérica. Freud conclui de seus estudos que, não é o choque(trauma) em si que provoca a histeria mas sim uma disposição psíquica.


Sigmund Freud

Assista aqui ao filme "Além da alma" de 1962 que aborda a jornada de Freud ao inconsciente de seus pacientes:
(http://www.youtube.com/watch?v=QhXsMHfrkNA)

Capulo I: A psicanálise.

O primeiro capítulo do livro chama-se " A psicanálise" e nele Jung faz um histórico do seu surgimento ao mesmo tempo que dá nomes aos seus principais colaboradores.

Uma das primeiras frases do capítulo, é de Anatole France,
(leia mais sobre ele aqui: http://pt.wikipedia.org/wiki/Anatole_France)  que me fez pensar em muitas coisas, dentre elas, o porque da academia ser tão resistente aos estudos e ao próprio Carl Jung:

"Les savants ne sont pa curieux" (Os cientistas não são curiosos). Jung utiliza-se desta frase para se referir ao fato de que os cientistas da época, os psicólogos e médicos, foram muito resistentes a idéia da psicanálise, simplesmente porque oferecia uma forma completamente inovadora de pensar os problemas psíquicos.

Jung começa o seu histórico, lembrando que foi o médico e cientista francês, Jean- Martin- Charcot (http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean-Martin_Charcot ) quem observou que o sintoma neurótico é psicógeno, ou seja proveniente da alma e que qualquer sintoma histérico poderia ser provocado pela sugestão. Isto foi um avanço para a época já que os médicos daquele tempo ainda procuravam causas físicas para os problemas psicológicos. Vale lembrar que a idéia de uma pessoa "nervosa" viria desta crença de que o problema estaria nos nervos. Seguindo seu balanço do começo psicanalítico, Jung traz as principais contribuições de Breuer para a técnica.

Ficheiro:Jean-Martin Charcot.jpg
Jean Martin Charcot

Josef Breuer, médico e fisiologista austríaco (http://pt.wikipedia.org/wiki/Josef_Breuer), acrescenta, segundo Jung aos estudos psicológicos, a importante informação de que "Só a parte consciente do doente não vê ou não ouve, mas de resto, a função do órgão do sentido está em perfeita ordem." (p.3)  Ou seja, uma das características da histeria, neurose causada pela instabilidade emocional, era a ausência de causas orgânicas.
Breuer percebeu, ao tratar uma paciente, a qual deu o nome de Anna O., (http://www.psicoloucos.com/Psicanalise/o-caso-de-anna-o.html) que o estado da paciente melhorava quando a deixava falar de suas fantasias. A este método recém- descoberto, a paciente cujo nome verdadeiro era Bertha Pappenhein,  chamou "Talking Cure" , a cura pela fala, uma espécie de limpeza de chaminé, "Chimmey Sweeping".

Ficheiro:Breuer 1877.jpg File:Pappenheim 1882.jpg
Josef Breuer             Bertha Pappenheim, verdadeiro nome de Anna O.

Uma boa dica de livro que mostra este processo da descoberta da "Talking Cure", chama-se "Quando Nietzche chorou". Abaixo a capa do livro e do filme que foi feito baseado nele.

 

Livro                                Filme




Prefácios contidos na "Psicologia do inconsciente".

 Aqui começo a postar as passagens de "Psicologia do Inconsciente" que considero interessantes e que me oferecem questões importantes para pensar sociologicamente.

"As nações fazem exatamente o que cada um faz individualmente e do modo como o indivíduo age, a nação também agirá." (Prefácio a 1a edição)

"Somente com a transformação da atitude do indivíduo é que começará a transformar-se a psicologia da nação." (Prefácio a 1a edição) 

Aqui, penso que Jung traz uma importante forma de relacionar os conhecimentos psicológicos e sociológicos assim como o fez, o sociólogo inglês Anthony Giddens. Sabemos que os individuos são tanto seres individuais quanto coletivos e por isto, também defendemos a ideia de que a sociologia e a psicologia estão envolvidas de maneira direta e eu diria interligadas, com a construção de teorias reflexivas sobre a subjetividade e suas consequências sociais. 

"Mas quem questiona a si mesmo depara invariavelmente com as barreiras do inconsciente, que contém justamente aquilo que importa conhecer." (Prefácio a 1a edição)

Já no prefácio a 2a edição, em 1918, podemos perceber a preocupação de Jung em compreender a guerra e como ela afetaria as questões mais internas e emocionais dos seres humanos terminando por afetar a sociedade como um todo:

" O espetáculo desta catástrofe faz com que o homem, sentindo-se totalmente impotente, se volte para si mesmo, olhe para dentro e, como tudo vacila, busque algo de segurança... O auto conhecimento de cada indivíduo, a volta do ser humano às suas origens, ao seu próprio ser e a sua verdade individual e social, eis o começo da cura da cegueira que domina o mundo de hoje." 
 

Um dos grandes filmes de Stanley Kubrick sobre as consequências psicológicas da guerra:

 http://2.bp.blogspot.com/-GpBu1W8pdRM/T--EAehLySI/AAAAAAAAFmg/dqnK0X6Yvsg/s320/Nascido_Para_Matar.jpg
 


 
 

Filme: Jornada da alma

Outro filme , um pouco mais antigo e importante sobre a relação de Carl Jung e Sabina Spilrein:

http://www.saudadeeadeus.com.br/filme715.htm


JORNADA DA ALMA

Filme: Um método perigoso

Bem para começar quero deixar um link aqui para o filme "Um método perigoso" que fala sobre Freud, Jung e sua paciente Sabina Spilrein, que tornou-se uma das primeiras psicanalistas ao defender a existência do princípio de morte além de viver uma relação amorosa com Jung. Posteriormente, vou assisti-lo de novo para fazer uma resenha mais completa e postá-la aqui.

 
 Sabina Spilrein

Assita o filme online, aqui :
http://www.saudadeeadeus.com.br/filme589.htm


UM MÉTODO PERIGOSO












TALKING CURE, THEEste é o livro que deu origem ao filme "Um método perigoso". saiba mais em : ( http://www.olivreiro.com.br/livros/327576-talking-cure-the)

Começando a caminhar... A psicologia do inconsciente.

 Ontem fui procurar o primeiro livro do Jung para começar a ler. Chama-se "Estudos psiquiátricos" e contém textos que foram escritos desde 1902 até 1906. Não encontrei em português, e nem em outras línguas para ler online... Em inglês , só links de torrents para a obra completa dele como este daqui...

http://www.ebook3000.com/The-Collected-Works-of-Carl-Gustav-Jung_46162.html



Bem,  depois deste começo frustrado, resolvi que ia iniciar lendo um livro dele que já tinha em casa, até esperar baixar "Collected works" em inglês. O escolhido então foi: Psicologia do Inconsciente que pelo que entendi foi publicado a primeira vez em 1971. Aqui tem um link para quem quiser lê-lo no computador:

http://pt.scribd.com/doc/2985936/Livro-Psicologia-do-Inconsciente-CGJung












Ok, Jung você venceu, começo aqui meus estudos...

Meu nome é Cybelle, sou uma socióloga, e me encontrei diversas vezes com Dr. Jung durante minha formação sem que me desse conta de quão fantástica é sua contribuição para o conhecimento tanto da psique quanto da vida social.

Resolvi, por conta própria, começar a estudá-lo, colocando-o em diálogo com a teoria sociológica que continuo amando e aprendendo.

A idéia deste blog é registrar os passos desta caminhada bem como dos insights que dela surgirem.

Além deste diário de jornada, pretendo agrupar neste espaço virtual minhas descobertas "internéticas" de links, textos, vídeos e fotos do nosso querido amigo Dr. Jung...

Espero e desejo que este seja um processo que continue e evolua, assim como o caminho da minha individuação e de todos que aceitaram o conselho do portal do Oráculo de Delfos : " Ó homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás os deuses e o universo." Que assim seja, e assim será!